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Os apontamentos da OMS sobre a Síndrome de Burnout

No fim do mês de maio, a Organização Mundial da Saúde atualizou as definições sobre a Síndrome de burnout,  oficializada como resultante de “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”, definindo as características predominantes para o diagnóstico.

A grande diferença na prática será para planejamentos de saúde pública ou políticas de saúde mental em empresas. Isto porque o rótulo “Síndrome de burnout” clareia que se trata especificamente de um conjunto sintomático derivado do estresse proveniente do trabalho. Antes esses quadros ganhavam etiquetas que poderiam ser misturadas com outras formas depressivas e ansiosas não especificando a origem da questão.

O descritor “Síndrome de burnout” destaca a causa que conduziu ao estado patológico de forma muito mais clara. Os sintomas centrais orbitam em torno de núcleos ansiosos ou depressivos sempre muito ligados a incapacidade do sujeito administrar as demandas de serviço, a carga horária ou mesmo as disputas interpessoais no ambiente de trabalho. Trata-se de um desgaste gradual e progressivo.

Em termos de tratamento as linhas gerais não mudam: diferentes técnicas de psicoterapia e medicamentos específicos são as ferramentas importantes e, sempre que possível, associadas a prática de atividades físicas e mudanças positivas na prática do trabalho para que o quadro não fique mais crônico.

O paciente deve cogitar reorganização de horários dedicados ao trabalho, mudanças de setor ou, eventualmente, até mesmo mudar de função para algo mais ajustado ao perfil individual ou até a troca de emprego.

Aos empregadores cabe a preocupação com o clima do ambiente de trabalho, a distribuição razoável de tarefas, a escolha de pessoas com perfis coerentes com as atividades propostas e manter sempre atenção ao bem-estar de seus contratados.

Por: Dr. Ricardo Abel Evangelista – psiquiatra, diretor do Núcleo paulista de Especialidades Médicas